“Heitor nasceu dia 25 de junho de 2018, termo, de parto normal, foi amor à primeira vista! Foram dar banho nele e ao me levarem para o quarto recebi a notícia, dada com muita sensibilidade, que meu filho tinha onfalocele (parte do intestino fora do corpo) e iria para a UTI. Com 3 dias de vida ele fez uma cirurgia e com quase 1 mês de vida ele recebeu alta. Foi um sonho realizado ter meu bebê comigo.Ele foi um bebê perfeito em casa, dormia bem e mamava igual a um bezerro, até começarem as cólicas, que não passavam por nada.

Achávamos que era uma fase… após alguns dias notei a barriga inchada. Depois de 17 dias em casa, Heitor teve uma crise de vômito inexplicável, corremos para o posto de saúde onde pediram transferência para um hospital com mais recursos. Meu filho gemia de dor o olhar dele mudou, era branco igual papel, olhar fundo e de SOCORRO. Meu marido pediu transferência para outro hospital, onde já tinham o laudo completo da situação dele. Infelizmente não nos sentimos muito acolhidos, mas disseram que ele estava anêmico e provavelmente precisaria de uma segunda cirurgia, mas não naquele momento por ele estar muito debilitado. Foi colocado um cateter na madrugada (sem anestesia), ouvi ele gritando por mais de uma hora. De noite um anjo veio para nos salvar, um cirurgião de um hospital referencia da região veio examina-lo, a essa altura ele só soltava sangue pelo ânus! Por sorte esse cirurgião conseguiu vaga para o Heitor no hospital de referência. Na tarde seguinte, Heitor fez a segunda cirurgia, que foi um sucesso! Foi então que descobri que ele tinha parte do intestino necrosado, a enterocolite necrosante. Fomos para o quarto aliviados, depois de ouvir 3 dias de gemidos de dor, vi ele sorrindo novamente.

No terceiro dia após a cirurgia, eu comecei a chorar (aparentemente sem motivo), chamei os médicos e bati o pé que meu filho não estava bem. Os médicos disseram que aparentemente ele estava bem e não havia nada a fazer, mas quando deram as costas meu filho para de RESPIRAR! Saí correndo nos corredores gritando por ajuda! Desespero, entre e sai de médicos, e a pior notícia que já tive: seu filho teve uma parada cardíaca, estamos tentando reanima-lo, mas ele não volta. Achei que era o fim da minha vida. Orei muito e tive muito apoio e suporte do meu marido. A médica então veio e disse que após 38 minutos sem batimentos, Heitor havia voltado! Ele foi entubado, muito medicado e sob risco de sequelas. Graças a Deus e aos médicos, estamos perto de completar nossos 90 dias no hospital, mas estou com meu filho, hoje com de 4 meses de pura luta! “ Jessica, novembro de 2018