“Miguel nasceu prematuro de 33 semanas em 26/09/11, pesando 2.225kg. Aos dois dias de vida começou a passar mal e foi diagnosticado com enterocolite necrosante. Os médicos entraram com remédios, mas ele foi piorando…. Com 6 dias de vida ele desfaleceu em meus braços, fiquei muito assustada, perdi meu chão. 

Foi só então que os médicos se deram conta da gravidade da situação, acionaram uma ambulância e meu filho foi levado as pressas para o hospital mais próximo da minha cidade com UTI neonatal. Chegando lá os médicos fizeram uma reunião comigo falando que o quadro era gravíssimo, que ele seria operado, mas sem previsão de sobreviver a cirurgia. Eu pedi para vê-lo pela última vez. Nunca me esquecerei dessa cena: abdômen preto, pele branca como um papel, sangue saindo sangue pela boquinha e pelos ouvidos. Naquele momento eu pedi pra Deus levar meu filho, não queria que um anjinho tão pequeno sofresse mais. Estava desolada. O médico contou que antes de abrir o abdômen dele os batimentos cardíacos eram muito fracos. Depois de abrir, regar com antibióticos os intestinos, tirar 10 cm de necrose e colocar a bolsa de colostomia, os batimentos dele se normalizaram. Ele tinha uma chance de sobreviver. Os resultados de exames dele eram perturbadores. Ele estava com septicemia, as plaquetas dele (o normal acho que é 200 mil) estavam em apenas 2 mil. Ele precisou de transfusão de sangue, tomar plaquetas e plasma, e se alimentava com nutrição parental. Ele ficou 35 dias internado e fez a cirurgia para tirar a bolsa de colostomia. Hoje Miguel é meu pequeno milagre, ele faz 2 aniversários por ano, 1 de nascimento e o outro do renascimento. Compartilho minha história para dar força e esperança para quem passa por esse momento difícil.”

Vania, outubro de 2018