‘Tenho 26 anos sou mãe da pequena Júlia. Ela nasceu prematura extrema, de 28 semanas, pesando 1090gr, devido a uma infecção urinária. Uma semana depois sua barriga distendeu e ela fez sua primeira cirurgia por conta da enterocolite necrosante. Na semana seguinte, seu apêndice perfurou e foi retirado.
Nesse turbilhão todo, minha filha com apenas 2 semanas de vida e 2 cirurgias, os médicos me falaram um pouco dessa doença. Eu não imaginava a devastação que ela poderia causar e nem dei muita importância naquele momento. Com o passar do tempo as coisas começaram a piorar.
Inúmeras transfusões sanguíneas, icterícia, 2 infecções muito graves e as famosas quedas de saturação, apneias. Já estávamos no quarto, no processo de aprender a mamar para irmos para casa quando ela teve uma parada cardíaca. Voltamos a estaca zero. Julia ficou entubada por 5 dias, era um pesadelo passar por tudo aquilo de novo. Em todo esse tempo entre UTI e quarto fui fazendo pesquisas. As chances da Júlia ter que retirar boa parte do intestino eram bem grandes.
Ela estava com ileostomia desde a segunda cirurgia e eles acreditavam que toda parte depois do estoma estava necrosada. Isso significava que ela não iria conseguir absorver nutrientes ou ter uma alimentação normal. Com 5 meses de hospital fizemos a religação da ileostomia e Julia nos surpreendeu: toda parte do intestino estava saudável.
No total foram 187 dias de internação , tivemos alta um dia depois de completar 6 meses. Nunca percam a fé em Deus porque Ele que nos mantém de pé. Viemos para casa com o tubo da gastro para ajudar com a alimentação, mas ela já está tomando suas mamadeiras e logo não vamos precisar mais. Ela é um milagre! “