“Eu descobri minha gestação com 4 meses e logo fui atrás de um obstetra. Graças a Deus estava tudo bem com o meu filho. No dia 13/11/2016 acordei perdendo liquido. Cheguei ao hospital com 7 dedos de dilatação. Lembro que ao chegar na sala de pré parto, fui trocar de roupa a bolsa estourou de vez, mas eu não sentia nada. Me deram a medicação para o pulmão do bebê ficar mais forte. No dia seguinte, uma hora após a segunda dose da medicação, as contratações começaram. No dia 14/11/2016, as 16:45h meu Miguel nasceu, com 29 semanas de gestação, pesando 1340g e 40 cm Ele logo foi para a UTI neo devido a bolsa rota que tive, mas ele só precisava ganhar peso para irmos para casa. Todos os dias eu tirava o leite para ele. Todos os dias as notícias eram iguais: ‘seu filho está bem, só precisa engordar’. Assim foi durante 3 semanas até que num certo domingo ao chegar na UTI me deparei com meu filho entubado. Começava o meu pesadelo. Miguel tinha tido uma apneia naquela madrugada e os exames indicavam uma infecção generalizada que logo atingiu o seu intestino. A barriguinha distendeu e foi suspensa a dieta. A primeira cirurgia constatou a ENTEROCOLITE NECROSANTE. A médica nos disse que estava tudo perfurado e necrosado, que não tinha muito o que ser feito. 15 dias depois foi feita a segunda cirurgia. Foi um desespero, todos os dias ia para o hospital como se fosse o último dia. Os médicos autorizaram eu e meu esposo a pegar ele no colo pois não sabíamos o dia de amanhã. No dia 1 de janeiro desse ano Miguel fez a terceira cirurgia quando, segundo os médicos, ele perdeu 80% do intestino. Oficialmente Miguel tinha a síndrome do intestino curto. Miguel ficou muito tempo com a barriguinha aberta, 4 meses na morfina e sedativo. Quando a barriguinha estava melhor ele começou a despertar das medicações fortes, foi extubado. E assim começou o nosso contato como pais do Miguel, que foi ficando esperto surpreendendo. Os médicos me diziam que meu filho era um milagre e, numa reunião comigo e meu esposo, explicaram que o Miguel iria passar por um processo de alongamento intestinal. Só em ultimo caso haveria a indicação para o transplante, que aqui no Brasil é muito difícil. Mas não deu tempo. No dia 18 de junho desse ano meu filho faleceu. Miguel teve duas paradas respiratórias e não voltou mais depois da segunda.
Faço através desse relato uma homenagem ao meu filho. Muita coisa aconteceu nos seus 7 meses de vida. A enterocolite necrosante devastou o intestino do meu filho. Meu filho pegava uma infecção atrás da outra Eu espero um futuro onde crianças não sofram o que meu filho passou. Quero agradecer ao Instituto PGG, que me ajudou a entender mais sobre o assunto e que me ofereceu ajuda após a morte do Miguel. E desejo as mãezinhas que estão passando por esse problema força e fé, e lutem por que enquanto ha vida, ha esperança, e temos vários exemplos de superação. Que Deus abençoe a todos! “ (Ago.2017)