O médico chegou a falar para a Maria Aparecida que, com 23 semanas de gestação, ela estava sofrendo um aborto… Mas ela não acreditou não e nos conta agora a incrível e maravilhosa historia da linda guerreira Maria Vitoria!
“Com 22 semanas de uma gestação muito desejada o médico me deu a noticia de que eu esperava uma menina, mas que o colo do meu útero já estava aberto e a bolsa já tinha estava saindo para fora. Fui encaminhada para o hospital de gravidez de alto risco para fazer uma cerclagem. Corre tudo bem, fui para casa, mas uma semana depois a bolsa estourou. E lá fui eu para o hospital de novo, morrendo de medo dado que minha gestação tinha completado apenas 23 semanas. O médico que me recebeu já de cara foi me falando que eu estava tendo um aborto, que devia me conformar dado que já havia perdido todo liquido e minha barriga estava murcha. Ele não conseguia escutar o coração da minha filha, mas eu sentia ela se mexer. O médico queria me dar a medicação para auxiliar a saída da minha filha, mas eu me recusei. Graças a Deus, no dia seguinte, o médico que fez minha ultrassonografia me informou que minha filha estava viva, com 600g. Eu não tinha mais liquido, mas o coração dela batia normalmente.Começou então a luta dela pela vida. Fiquei uma semana internada com a bolsa rompida, sem liquido algum. Neste período 8 médicos passaram e nenhum fazia nada. Um deixava para o próximo plantão resolver, e o próximo chegava e deixava para o seguinte. Até que numa manhã chegou um médico que resolveu fazer uma cesariana para tirar minha filha. Ele me alertou que o caso era grave, já que era um bebê de 23 semanas (a semana com a bolsa rompida não contava), mas que iria fazer o possível para salvar a vida da minha filha, me falando uma frase que nunca esqueço e que me deu força naquele momento: “eu sou médico, mas meu médico e o dos meus filhos é Deus”. Minha filha nasceu perfeita, com 600g e foi direto para UTI neonatal. Ela era prematura ao extremo e demorava para ganhar peso, mas esse era seu único problema até então.

Com um mês de vida, veio um choque, a noticia que ninguém esperava: ENTEROCOLITE NECROSANTE diagnosticada. Nesses 30 dias de vida ela só tinha engordado 100g e foi fazer a cirurgia para retirada do intestino. Meu mundo parecia ter acabado mas mantive minha fé. 3 horas de cirurgia e graças a Deus ela sobreviveu. O médico veio conversar comigo e me disse que ela estava viva, mas que infelizmente era por pouco tempo porque ele havia tirado todo intestino grosso e uma boa parte do intestino fino e ela não ia conseguir absorver nutrientes. Era para eu ir para casa, orar e entregar ela pra Deus, porque não tinha nada a mais a ser feito.

Eu realmente entreguei minha filha nas mãos de Deus. A gente já havia passado por tanta coisa que eu, no fundo, tinha esperança de que ela fosse superar mais essa. Meu marido foi sozinho visita-la, eu não tive coragem, e retornou todo feliz, falando que ela estava bem, que ele tinha segurado a mãozinha dela e que ela tinha apertado a mão dele. A partir dai foram mais 4 meses de UTI, 8 transfusões de sangue e dificuldade em tira-la do respirador. Quando ela atingiu 1200g eu passei a ficar com ela e ela começou a ganhar peso mais rápido. Aos 5 meses e 12, 1900g, levei ela para a casa, com uma ileostomia que depois foi revertida com sucesso. Hoje Maria Vitoria tem 6 anos e nem parece que já teve esse problema todo um dia.”