Hoje nós vamos contar a história da Deyse e do B. Em novembro de 2017 recebemos um telefonema inusitado. Era uma médica de São Paulo, nos contando sobre um menino que havia ‘perdido o intestino’ e havia sido internado. O hospital estava investigando o melhor curso a tomar em termos de tratamento, mas queria nossa ajuda com relação a um apoio psicológico.
Geralmente lidamos com bebês afetados pela enterocolite necrosante e seus familiares. As vezes esses bebês são afetados pela síndrome do intestino curto, crescem, viram crianças e podem continuar contando com a gente. Não era esse o caso de B. O garotinho, de 5 anos na época, passou mal com terríveis dores abdominais. Um nó em seu intestino causou necrose e a retirada de grande parte do órgão. Um susto para todos e uma situação de incerteza que se desenhou. Imagine ser uma criança ativa, estudiosa e de repente se ver confinado a um hospital, sem poder comer ou beber água. B. ficou desolado, mesmo sem entender muito bem o que estava acontecendo com ele.
Apesar do nosso foco na enterocolite necrosante, decidimos que num caso raro e atípico de perda de intestino como o de B., era nosso dever ajudar. Nossa primeira ação foi pedir ajuda para o super herói favorito de B. E foi assim que, com a ajuda dos @heroisdobem , o Homem Aranha veio fazer uma visita, trazendo um pouco de animo ao guerreirinho.
O Instituto PGG destacou duas psicólogas voluntárias para o caso. Uma psicóloga para a mamãe de B. e outra para o garotinho. Nossas voluntárias ajudaram, separadamente, no enfrentamento da nova situação. B. é um menino inteligente e ativo e nossa psicóloga percebeu o quanto a escola lhe fazia falta. Sendo assim, tivemos a ideia de procurar uma pedagoga que pudesse passar tempo com B. Conseguimos duas, que se revezavam em visitas ao hospital para estimular B. no aprendizado.
Depois de alguns meses B. foi transferido para um hospital com atendimento especializado para sua condição e equipe própria de psicólogos. Encerramos então nosso atendimento, mas acompanhamos de longe sua evolução. Clinicamente B. está bem e com potencial de em breve ir para a casa em sistema de home care. Ficamos felizes com cada boa noticia que recebemos dele. Não é uma situação fácil e os desafios ainda são enormes, mas a esperança também é!